Obras avançam e novos acervos chegam ao Museu
O Museu Nacional/UFRJ completou 203 anos no último dia 06 de junho. Em meio às celebrações, a direção do Museu e os parceiros do Projeto Museu Nacional Vive anunciam novidades sobre a reconstrução da mais antiga instituição científica do Brasil, e a chegada de 27 peças greco-romanas, datadas entre os séculos 550 a.C. e 550 d.C.
“Celebramos esta data com muita alegria, pois são 203 anos de vida e compromisso com a produção científica e a formação cultural do povo brasileiro. Em conjunto com toda a comunidade da UFRJ e os parceiros nacionais e internacionais, temos a certeza de que vamos reconstruir e devolver o nosso mais antigo museu de história natural à sociedade”, aponta a Reitora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Denise Pires de Carvalho.
Para o diretor do Museu Nacional/UFRJ, Alexander Kellner, “um dos maiores desafios atuais da instituição é a recomposição de seus acervos. Por isso, temos a alegria de anunciar o recebimento de uma coleção greco-romana bastante significativa, que vai enriquecer a futura exposição de longa duração do Museu e contribuir com pesquisas científicas na área”, comemora.
“Celebrar os 203 anos do Museu Nacional é celebrar também a ciência, a história natural, a antropologia, a educação. E, este ano, a data ganha um valor ainda mais especial ao vermos os avanços dessa reconstrução e o engajamento de tantos parceiros e organizações da sociedade que se uniram em torno do Projeto Museu Nacional Vive. A Vale está comprometida em devolver este museu para a sociedade brasileira, apoiando, não apenas com recursos financeiros, mas também com a expertise do Instituto Cultural Vale”, afirma Luiz Eduardo Osorio, Vice-Presidente Executivo de Relações Institucionais e Comunicação da Vale e Presidente do Painel de Especialistas do Instituto Cultural Vale.
Marlova Noleto, Diretora e Representante da UNESCO no Brasil, também celebra o aniversário do Museu Nacional, destacando que “os trabalhos avançam sob a orientação de um conjunto de especialistas em preservação e recuperação do patrimônio, reforçando o compromisso do Projeto Museu Nacional Vive de respeitar a trajetória histórica e cultural do palácio e de seu entorno. Com ações importantes da comunidade brasileira e da comunidade internacional, vamos fazendo progressos para reabrir as portas desta importante instituição bicentenária que representa tanto para o patrimônio científico e cultural do Brasil e do mundo”.
Também participaram da coletiva virtual, celebrando as boas notícias e reafirmando compromissos com a reconstrução do Museu, a Superintendente Executiva de Marketing do Bradesco, Nathalia Garcia; e Julio Costa Leite, Superintendente de Gestão Pública e Socioambiental do BNDES.
COLEÇÃO GRECO-ROMANA
Foram recebidas 27 peças datadas dos períodos clássicos grego e romano. No acervo doado pelo diplomata aposentado e escritor gaúcho Fernando Cacciatore de Garcia, figuram peças em mármore, cerâmica, vidro, bronze, prata e terracota de importante valor histórico e científico.
A peça mais antiga (550 a.C.) é um tijolo arquitetônico que ornamentava um templo na Grécia Oriental, território que, atualmente, pertence à Turquia. A mais recente é um copo de vidro ainda transparente e com design absolutamente contemporâneo que data de 550 d.C. “Assim, a coleção cobre mil anos da história da Antiguidade Clássica. Conscientemente, escolhemos exemplos dos três estilos da arte no período: o Arcaico, o Clássico e o Helenístico”, comenta o doador.
RESTAURAÇÃO DO PALÁCIO DE SÃO CRISTÓVÃO E JARDIM DAS PRINCESAS
Com a intenção de proteger e recuperar os elementos históricos e artísticos que resistiram ao incêndio, seguem até o mês de julho de 2021 os trabalhos de higienização e proteção dos bens integrados do Paço de São Cristóvão e do Jardim das Princesas. Pisos, tronos, fontes, guirlandas, pinturas murais, ornamentos de salas e jardins históricos são alguns dos elementos que estão sendo protegidos.
BIBLIOTECA CENTRAL
Fundada em 1863, a Biblioteca Central do Museu Nacional/UFRJ é uma das mais importantes do Brasil e conta com um acervo de 500 mil livros, incluindo 1.500 obras raras. A maior obra de reforma e ampliação de sua história avança com os serviços de recuperação estrutural, impermeabilização, reforma do auditório, ampliação e modernização das salas de guarda, aulas e leituras. A obra, que será entregue em novembro de 2021, contempla ainda a instalação de rede de dados, segurança, câmeras e um moderno sistema de prevenção e combate a incêndio.
PROJETO DE ARQUITETURA E RESTAURO
A realização de diagnósticos e estudos interdisciplinares entre estrutura, restauração e paisagismo marcam a etapa atual de desenvolvimento do projeto de arquitetura e restauro do Paço de São Cristóvão e seu prédio anexo. Especialistas contratados e servidores da UFRJ seguem dedicados à elaboração do projeto, que vai embasar as intervenções no edifício-monumento, respeitando a legislação e contemplando premissas internacionalmente referenciadas nas áreas de sustentabilidade, circulação, acessibilidade, segurança e conforto ambiental.
Em maio, foi formado um Grupo Técnico de Gestão de Riscos, agregando especialistas de instituições como o Centro Internacional de Estudos para a Conservação e Restauro de Bens Culturais (ICCROM). Além de identificar possíveis riscos ao acervo e ao monumento, outro objetivo do GT é definir diretrizes e técnicas para o restauro, a gestão ambiental e a conservação preventiva.
PROJETO DE PAISAGISMO
Em março deste ano, também teve início o desenvolvimento do projeto de Paisagismo para o Jardim Terraço, Pátio do Chafariz, Jardim das Princesas, entorno da estátua de Dom Pedro II e o jardim contemporâneo na ala norte do Paço de São Cristóvão. Contando com a atuação de especialistas como Carlos Fernando de Moura Delphim, importante referência na área de jardins históricos, o projeto está sendo elaborado por meio de contrato firmado com o escritório EMBYÁ — Paisagens & Ecossistemas e será concluído em agosto de 2021.
PROMOÇÃO DO ACERVO E TRANSPARÊNCIA
Com o incentivo do Projeto Museu Nacional Vive, está no ar a exposição virtual “Os Primeiros Brasileiros”, apresentando a coleção do Museu Nacional que registra a diversidade e as narrativas dos povos indígenas. A plataforma disponibiliza ainda um Guia Didático, que incentiva e orienta a abordagem dos conteúdos em salas de aula.
SOBRE O PROJETO MUSEU NACIONAL VIVE
Em resposta ao enorme desafio de reconstrução do Museu Nacional, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e o Instituto Cultural Vale firmaram um acordo de cooperação técnica para implementação do Projeto Museu Nacional Vive que, atualmente, conta com o patrocínio platina do BNDES, Bradesco e Vale; apoio do Ministério da Educação (MEC), Bancada Federal do Rio de Janeiro, Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) e do Governo Federal, por meio da Lei de Incentivo à Cultura.