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Campanha para recomposição de acervos do Museu Nacional/UFRJ ganha novo site

Exposição virtual de mineralogia é uma das atrações do canal


Está no ar o novo site da Recompõe (www.recompoe.mn.ufrj.br), uma ação do Projeto Museu Nacional Vive para incentivar a sociedade brasileira e a comunidade internacional a doar acervos históricos e científicos ao Museu Nacional/UFRJ. Desta forma, participar ativamente do processo de recomposição das coleções do primeiro museu e primeira instituição científica do Brasil.

O novo site possibilita a navegação em galerias virtuais que destacam imagens, origens e informações científicas de algumas peças já recebidas. A primeira ação nesse sentido é a exposição Recompõe.Mineralogia, que apresenta ao público nove itens, sendo dois recentemente doados e sete adquiridos com patrocínio da Vale, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, como um exemplar de Gipsita. É a partir da extração deste mineral que é obtido o gesso utilizado na construção civil, por exemplo. Enquanto outros minerais apresentam dureza elevada, a gipsita pode ser facilmente riscada, até mesmo pelas unhas do ser humano.

A segunda sala virtual da exposição é dedicada a cinco itens resgatados do incêndio de 2018. Um dos diferenciais da mostra é revelar as transformações que os minerais sofreram devido ao calor do fogo. Há, por exemplo, um quartzo que era de cor marrom/fumê e, agora, é incolor. Outro item em exposição é uma calcedônia, que também perdeu sua cor original e ficou impregnada por fuligem.

Chapas de ágata com ametista foram recentemente doadas e estão na exposição. Foto: Luke Garcia

Além desta exposição virtual, o público pode conferir, até 07 de março de 2023, a versão física da mostra Recompõe.Mineralogia, que está ocupando a sala do meteorito Bendegó, no Paço de São Cristóvão.

A Coleção de Mineralogia do Museu Nacional foi formada ao longo dos 204 anos de existência da instituição e, até setembro de 2018, era composta por 7.500 exemplares. Diversos itens foram resgatados após o incêndio, mas muitos tiveram suas condições alteradas pelo fogo. Com o apoio de instituições e doadores do Brasil e do mundo, esta significativa coleção do Museu está sendo recomposta.

CAMPANHA PARA RECOMPOSIÇÃO DE ACERVOS

Iniciada em setembro de 2021, a campanha para recompor os acervos do Museu Nacional/UFRJ avança. Em apenas treze meses, 1.046 itens históricos e científicos já foram doados. Minerais, animais taxidermizados, fósseis, materiais arqueológicos e exemplares das culturas africanas e indígenas estão entre as peças já recebidas pela instituição. Acessando o novo site, que é dinâmico e responsivo, o público poderá acompanhar ainda a evolução das doações recebidas, reforçando compromissos do Projeto com a transparência e o engajamento da sociedade.

Itens mais desejados pelos curadores do Museu estão organizados por circuito expositivo. Ilustração: Nancy Torres

O novo site da Recompõe destaca alguns itens doados e apresenta também uma Galeria dosDesejos, composta por 36 peças muito desejadas pelo Comitê Curatorial do Museu para enriquecer os quatro diferentes circuitos das futuras exposições de longa duração. Os itens, selecionados seja pelo seu valor científico, cultural ou histórico, são relevantes para comunicar os temas de ciências naturais, antropologia e história que figurarão nas exposições.

Segundo Amanda Cavalcanti, museóloga do Museu Nacional/UFRJ, “o intuito dessa ação é comunicar à sociedade as diferentes categorias de acervo que figurarão em cada circuito, identificando algumas peças icônicas que terão destaque nas futuras exposições”, explica.

Para o diretor do Museu Nacional/UFRJ, Alexander Kellner, a instituição chega a mais um momento decisivo em sua trajetória de reconstrução: “Temos consciência de que precisamos de uma intensa colaboração nacional e internacional para o sucesso da campanha Recompõe. Assim, reafirmamos, nesta nova fase, nosso compromisso de salvaguardar os itens doados utilizando as melhores práticas de conservação. Mais do que nunca, queremos ser um museu de História Natural e Antropologia inovador, sustentável e acessível, que promove a valorização do patrimônio científico e cultural e que, pelo olhar da Ciência, convide à reflexão sobre o mundo que nos cerca, ao mesmo tempo que nos leve a sonhar”.

Acervos de comunidades tradicionais estarão no circuito ‘Diversidade Cultural’. Ilustração: Nancy Torres

Diversos procedimentos relacionados a pesquisas sobre acervos, articulações institucionais, transporte e conservação das peças doadas já estão sendo adotados pelo Museu e seus parceiros. O objetivo é recompor os quatro circuitos expositivos do Museu Nacional/UFRJ: Histórico (1.000 peças), Universo e Vida (4.500 peças), Diversidade Cultural (2.500 peças) e Ambientes do Brasil (2.000 peças), que irão ocupar uma área total de 5,5 mil m² do Paço de São Cristóvão.

DESTAQUES – ACERVOS RECEBIDOS

A comunidade quilombola Buriti do Meio (norte de Minas Gerais) está colaborando com a recomposição das coleções do Museu Nacional. Em outubro deste ano, um conjunto de cerâmicas representativas de suas práticas ancestrais e identidade cultural foram incorporadas à coleção de Etnologia da instituição.

“A própria comunidade escolheu as peças, dentre elas uma panela produzida há mais de 200 anos e um pote que cumpre várias funções na nossa comunidade, como armazenamento de água e alimentos. Nosso artesanato é muito polivalente e nossa intenção é trazer uma reflexão sobre a vida nas comunidades quilombolas, sobre o significado da terra através da arte. No museu, vão passar muitas pessoas que poderão ver a nossa terra, a nossa arte, o nosso amor”, destaca Wendell Lima, representante do quilombo.

Wendell Lima apresentando as peças às equipes do Museu Nacional/UFRJ (outubro/22)

O evento de recepção das peças contou ainda com as presenças de Bia Nunes (presidente da Associação das Comunidades Quilombolas do Estado do Rio de Janeiro (ACQUILERJ) e de Paulo José dos Reis (Quilombo Quilombá, Magé-RJ).

A comunidade internacional também está mobilizada para colaborar com a recomposição dos acervos do Museu. Em fevereiro deste ano, representantes do Arouca Geopark e do Museu dos Trilobites, ambos de Portugal, formalizaram a doação de duas peças geológicas muito significativas: um fóssil de trilobite (classe de artrópode marinho extinta) com cerca de 30 centímetros de comprimento, datado entre 545 a 359 milhões de anos; e um bloco de granito nodular da Castanheira conhecido como pedra parideira.

Trilobite

Neste granito em especial, acontece um fenômeno muito raro que é a formação de “nódulos” que se agregam à pedra. Com a erosão, estes elementos agregados se soltam da rocha, deixando cavidades nos locais que ocupavam, passando a impressão de que ela estaria produzindo ‘filhotes’, daí a origem do nome popular.

Pedra parideira

Na cerimônia de doação das peças ao Museu, que contou com a presença do diretor Alexander Kellner, a presidente da Câmara de Arouca, Margarida Belém destacou sua expectativa de que os 169 geoparques da UNESCO no mundo possam “unir-se numa onda solidária e fazer renascer das cinzas aquele que outrora foi considerado o maior museu de história natural da América Latina”.

PROJETO MUSEU NACIONAL VIVE